Vista aérea do Museu Nacional após o incêndio, em setembro/2018. Crédito Buda Mendes (Getty Images) |
Que sem palavras possamos reconhecer
Que perdemos belas chances e ganhamos outras
Que tudo ou todos que perdemos sejam trans-formados em
novos encontros para a vida que permanece neste e noutros corpos
Que assumir nossas perdas sejam sinônimo de sabedoria
Saber que vai doer, saber que deixará lágrimas, mas
depuração também
Que saibamos lidar com os futuros perdedores
Que se revelarão rapidamente e precisarão de braços para agregá-los
ao ideal de humanidade que se mostrou tão perdido
Que reconquistemos o abraço à camadas excluídas,
esquecidas, abandonadas e martirizadas de nossa sociedade
Que não deixemos a solidão nos matar
Que a palavra ecoe e não nos permita esgotar o que nos
parece incomunicável
Que a aceitação seja uma afirmação constante:
Em nossos corpos
Em nossos desejos
Em nossos medos
Em nossas perdas
Em nossos sonhos
Em nossos olhos
Que o esgotamento não atinja nossas mentes, tampouco
nossos reservatórios
Que na perda saibamos economizar: nossa saúde, nossas
palavras, nossas paixões, nossos impulsos, nossas fontes naturais de
existência.
Que para cada causa perdida saibamos que há(bertura) nas
cidades que nos ocupam e que podemos trans-formar nosso olhar para As causas
Que abracemos mais o convívio em nosso dia-a-dia
Que os aplausos venham da plateia somente quando
merecidos
Que a vaia insista e se manifeste quando necessária
Ó São Natalício, não apague nossa luz!
Que o universo que se abriga em nós mesmos se
revele enfim.
E obrigado por hoje poder dizer
Que amo minhas irmãs/meus irmãos.
Amem!
Rafael Rodrigues Carvalho / Fim de Ano 2018
*EDIÇÃO ESPECIAL EM VÍDEO, DISPONÍVEL EM: https://youtu.be/IA5M0psnV0M
*EDIÇÃO ESPECIAL EM VÍDEO, DISPONÍVEL EM: https://youtu.be/IA5M0psnV0M