Este mês, como dito na postagem anterior e sabido por muitos é o Mês do "ORGULHO" LGBT. Paradas, festas, ciclo de palestras, entre outros eventos, movimentaram a cidade de São Paulo, assim como outras cidades do país, em busca de uma reflexão sincera à respeito de causas que ainda se mostram adversas de muitos cidadãos.
Acreditando em minha função como artista, educador e cidadão, percebo que uma sociedade real não se constrói apenas pela avaliação de seus insucessos, mas sim pelas contribuições que fortemente vem para se entender a contemporaneidade como espaço único de mudança. Ultimamente ando sorrindo mais, ando acreditando apenas.
Mas nesta noite de domingo, ao ler uma matéria sobre um menino de 14 anos que foi torturado e assassinado em São Gonçalo - RJ, por supostamente ser homossexual... não sei, senti dor e ódio e medo de que o "ORGULHO" que o mês carrega seja um pouco vazio, afinal, de que adiantam os 3 milhões participantes de uma Parada na cidade de São Paulo, se não somos capazes de ecoar uma fúria e desejo de justiça à respeito de um crime cometido pelo preconceito? Um crime não, na verdade, segundo dados da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT), foram assassinados cerca de 2.800 homossexuais nos últimos 20 anos.
Ainda não sei o que dizer! Ainda estou em choque! Ainda quero perguntar:
Você que me lê, tem fome de quê? Tem ódio? De quê? Tem amor? O que faz pela mudança do pensamento medíocre que sustenta este país? Ou melhor, a sua cidade ou o seu bairro ou a sua casa? Como se muda? Como podemos nos calar? Você só sabe gritar É GOOL? Ou sabe gritar CHEGA?
Apesar de andar sorridente nos últimos tempos, hoje durmo triste e infeliz e espero que quem leu esta postagem não se sinta ofendido mas, sinceramente invadido e convidado e divulgar a pobreza de ideais que ainda mergulhamos nalguns cantos deste país.
Rosas Brancas para Alexandre Thomé Ivo Rojão.
Maiores informações sobre este caso acesse: